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sábado, 20 de abril de 2013

Melro-preto


O melro-preto (Turdus merula)

Normalmente conhecido como melro ou mérula, é uma ave pertencente ao género Turdus. Aparece naturalmente na Europa, Norte de África, Médio Oriente, Ásia Meridional e Ásia Oriental, e foi introduzida na Austrália e Nova Zelândia na segunda metade do século XIX. O melro-preto é omnívoro, consumindo uma grande variedade de insetos, vermes e bagas.

 

Características

A subespécie nominal T. m. merula tem 23,5–29 cm de comprimento, uma envergadura de 34–38 cm e um peso de 80-125 g, dependendo do sexo e das estações do ano.

O Macho adulto possui plumagem totalmente negra e lustrosa, patas de tamanho médio, castanhas, bico curto amarelo-alaranjado e um anel orbital amarelo.
 


 A Fêmea adulta possui plumagem castanha, ventre malhado de castanho-claro, garganta e peito com malhas esbranquiçadas, patas castanho-escuras, bico amarelo-acastanhado e um anel orbital castanho.
 

 Os Juvenis são semelhantes às fêmeas, mas possuem manchas pálidas na parte superior do corpo. Os tons de castanho da plumagem dos juvenis variam de indivíduo para indivíduo, sendo os mais escuros presumivelmente machos. A plumagem juvenil dura até à primeira muda, que ocorre entre agosto e Outubro. Os jovens machos adquirem então uma plumagem semelhante à dos adultos, mas o seu bico é mais escuro, o anel orbital amarelo é mais esbatido e as asas quando dobradas são castanho-escuras. Os machos só adquirem a aparência adulta ao fim do primeiro ano de vida.
 
 
 
Habitat
 
O melro é Comum em zonas arborizadas.


O melro-preto tem preferência por florestas de folha caduca com vegetação rasteira densa, podendo também ser encontrado em zonas arbustivas, campos de cultivo, jardins ou parques, mesmo em zonas urbanas.


Os jardins fornecem os melhores locais de nidificação.





Alimentação

 

O melro-preto é omnívoro, consumindo uma grande variedade de insetos, vermes, bagas e drupas.


A caça é predominante, sendo particularmente importante durante a época de nidificação, com as bagas e as drupas a serem mais consumidas durante o outono e o inverno.


Alimenta-se sobretudo no solo, correndo e pulando, progredindo aos trancos e barrancos, com a cabeça inclinada para um dos lados.

 
Caça principalmente com a visão mas também pode usar a audição, pesquisando o húmus em busca de minhocas e fazendo-as sair das suas tocas com o bico, e revirando folhas em decomposição de forma barulhenta e demonstrativa em busca de outros invertebrados.



 Ocasionalmente, pode ainda caçar pequenos vertebrados como girinos e pequenos sapos ou lagartos.

Apesar de se alimentar sobretudo no solo, esta espécie também se empoleira em arbustos para recolher bagas e drupas, e apanhar lagartas e outros insetos.


 O tipo de drupas consumidas depende do que estiver disponível localmente, e frequentemente inclui espécies exóticas presentes em jardins ou pomares.


 Tal como outros melros e tordos, esta espécie vomita pequenas bolas contendo as sementes após a partes moles terem sido digeridas.



Reprodução

O melro-preto macho atrai a fêmea com uma exibição de corte, que consiste de corridas oblíquas combinadas com vénias, o bico aberto e uma canção grave "estrangulada".


A fêmea permanece imóvel até levantar a cabeça e a cauda para permitir a cópula.

O casal procura então um local adequado para o ninho numa trepadeira ou arbusto, geralmente a cerca de 2 m do solo, dando preferência a espécies espinhosas ou de folha persistente como a hera e o azevinho, embora o ninho possa também ser instalado na forquilha de um galho de árvore.
 

Embora o macho possa ajudar na construção do ninho, principalmente no transporte de materiais de construção, é a fêmea que constrói sozinha um ninho em forma de taça com ervas ou pequenos galhos, geralmente forrado com lama.


 Cada postura possui habitualmente três a cinco (normalmente quatro) ovos verde-azulados salpicados com pequenas manchas vermelho-acastanhadas, sobretudo do lado mais largo.


 A incubação é feita unicamente pela fêmea e dura geralmente de 12 a 14 dias.



As crias recém-eclodidas são incapazes de sobreviver sozinhos, necessitando de 10 a 19 dias (em média 13,6) para abandonar o ninho, com ambos os progenitores a participar na sua alimentação e na remoção dos sacos fecais (fezes).


 O peso ganho pelas crias durante os primeiros oito dias de vida é fundamental para a sua sobrevivência, pois as crias que não alcancem os 35-45 g durante esse período têm poucas hipóteses de sobreviver.


 As crias não sabem voar quando abandonam o ninho, rastejando/saltando para fora deste e batendo as asas até chegar ao solo, e procurando cobertura na vegetação próxima.
 


Se o ninho for perturbado, podem abandoná-lo nove dias apenas após a eclosão, uma importante adaptação contra eventuais predadores.

 Os progenitores continuam a alimentar os juvenis, que seguem os adultos implorando por comida, até três semanas após estes abandonarem o ninho.

Se a fêmea começar a construir outro ninho, o macho alimentará os juvenis sozinho.

 Durante esse período eles aprendem a escolher os seus alimentos, e uma semana após abandonarem o ninho já são capazes de voar.
 


Ao fim de três semanas os juvenis são independentes, e abandonam voluntariamente o território do progenitor pouco depois apesar deste não os afugentar, atingindo o estado adulto ao fim de ano de vida.

 

Segundas ninhadas são comuns, com o mesmo ninho sendo utilizando para a segunda ninhada se a primeira foi bem-sucedida, sendo possíveis até cinco ninhadas por estação se as condições atmosféricas forem excecionalmente boas.

Geralmente, os casais são fiéis e permanecem juntos enquanto ambos sobreviverem.